Para Lays Marques, especialista em produtividade e gestão de tempo para mulheres empreendedoras, a confusão entre estar ocupada e ser produtiva tem sabotado a vida e os negócios de muitas mulheres. Segundo ela, vivemos em uma cultura que valoriza o “fazer muito” e o “estar sempre ocupada” como sinônimos de sucesso — o que, na prática, mantém muitas profissionais em ciclos de esforço constante e resultados escassos.
“A principal diferença entre estar ocupada e ser produtiva está na intenção por trás da ação. Uma está no piloto automático. A outra, no comando. Uma vive apagando incêndios. A outra, construindo pontes”, afirma Lays.

Estar ocupada, segundo ela, é estar em movimento contínuo, sem clareza de propósito ou direção. “É a sensação de trabalhar muito e render pouco. As tarefas são feitas por urgência, não por prioridade”, alerta. Já a mulher produtiva atua com clareza, foco e intenção. “Ela entende que menos pode ser mais — desde que seja com estratégia.”
Movimento não é sinônimo de resultado
De acordo com Lays, muitas empresárias confundem movimento com resultado porque foram ensinadas a valorizar apenas o esforço visível. “Quanto mais sobrecarregada, mais digna de reconhecimento. E isso cria um ciclo de autoexigência sem foco.”
A especialista destaca que esse padrão leva ao esgotamento e à desconexão com os verdadeiros propósitos. “Quando a agenda está lotada, mas o faturamento estagnado, ou quando se está no limite da energia, mas os frutos não aparecem, é sinal de que se está apenas ocupada, não produtiva.”
Para ela, a produtividade real começa com clareza de prioridades e planejamento estratégico. “O que tantas empresárias precisam hoje não é de mais atividades ou esforço, e sim de mais clareza, estratégia e coragem para simplificar.”
Rotina cheia não é rotina eficaz
Lays Marques alerta para sinais claros de uma rotina cheia, mas ineficaz: excesso de tarefas urgentes, falta de tempo para pensar e planejar, improviso constante e ausência de pausas. “Se você nunca tem tempo para você, é porque sua agenda está cheia dos outros e vazia de você mesma.”
Outro fator que compromete a eficácia, segundo ela, é a dificuldade em dizer “não”. “Quando tudo é prioridade, nada é. Aprender a dizer ‘não’ com consciência é um dos maiores atos de inteligência produtiva.”
Estratégia diária começa na noite anterior
A organização estratégica do dia, segundo Lays, é o que separa empresárias que vivem apagando incêndios daquelas que crescem com consistência. Ela recomenda começar o dia na noite anterior, reservando 10 minutos para revisar pendências e listar prioridades.
“A forma como começamos nosso dia influencia todo o restante. Desenvolver hábitos matinais que promovem bem-estar é essencial”, sugere. Ela também orienta dividir o dia em blocos de tempo temáticos, definir no máximo três prioridades diárias e reservar pausas ao longo da rotina.
Ferramentas práticas para mais leveza e foco
Lays Marques destaca que produtividade não tem a ver com fazer mais, e sim com fazer melhor. “Por muito tempo, produtividade foi confundida com excesso. Mas esse modelo não se sustenta para mulheres que carregam múltiplos papéis e querem viver com propósito.”
Entre as ferramentas que recomenda estão a definição de metas de curto, médio e longo prazo, o planejamento semanal, a técnica do time blocking (blocos de tempo), a regra dos 3Ds (delegar, deletar ou fazer), além de planos de ação bem definidos. “Tempo é um recurso não renovável, então é preciso gerenciá-lo com consciência.”
Aprendizado com os próprios erros
Ao refletir sobre seus próprios equívocos, Lays compartilha que seus dois maiores erros foram negligenciar pausas e acreditar que ser intencional limitava sua autenticidade. “Apesar dos resultados alcançados, cheguei a um ponto em que nada fazia mais sentido.”
Hoje, ela acredita que intencionalidade valoriza a autenticidade. “Ser produtiva é viver e empreender com presença, direção e propósito. É saber investir sua energia nas escolhas que realmente fazem sentido. E esse é o tipo de sucesso que toda mulher empreendedora merece viver.”
